sexta-feira, 20 de junho de 2014

Questão de caráter



É a maior cara dura. Todo mundo sabe que a intenção é enganar.
O heróis, mais dissimulados, fazem que vão pra lá, mas vêm pra cá. Fingem que miram lá, mas dão cá. Pura enganação. E a gente aplaude. Pode?

Uma atividade onde o conluio é notório e premiado. Milhões de pessoas achando lindo ver gente sendo ludibriada.
Quando se pega alguém desprevenido, então, é uma loucura. Fazem os outros de bobos e, impunes, saem ganhando com isso. É a lei de Gerson prevalecendo nesta atmosfera de más intensões declaradas: roubar algo dos outros é o que todos querem, e, quando conseguem, não são punidos. Pelo contrário. Levam a tal da vantagem.

Tem gente que paga pra ver este circo e torce pra alguém se dar mal. É gostoso, não é mesmo?
Enganar e vencer.  Massacrar, se possível.
Mais um drible, por favor. 

Viva o futebol.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Legenda sem foto



Minha mãe me dizia: “Meu filho, se vc quer ser poeta, não escreva sobre você. Não use a primeira pessoa, jamais. Do alto de sua sabedoria, ela, uma escritora consagrada, ditava leis. Tanto quanto me ensinava que num quadro se pinta primeiramente o fundo. E as camadas vão se sobrepondo. Realmente ficava difícil pintar o céu por último.
Naquela varanda, para não ter asma com o cheiro da tinta a óleo, eu imaginava o mar.
E, sem escrever sobre mim, como incauto hoje o faço - falando na tal da primeira pessoa,
eu nadava no mar que imaginei.