terça-feira, 20 de dezembro de 2011

É pra você


- Vamos passear? O dia está lindo. (Click. Desliga o telefone.)
E a pessoa não sabe se você vai passar lá para pegá-la. Se te espera no Central Park...
No meio da conversa, sem dizer tchau. Desliga o telefone. O pior é que a pessoa do outro lado também desliga sem se importar com a total falta de educação.
Isto acontece em todo filme americano. Quando vejo, nunca entendo.
Pergunto-me se nós é que somos muito “latinos” por dizer “Tchau!”, “Um abraço!” antes de desligar ou se eles são muito americanos mesmo.
Imagine se a outra pessoa está para contar um segredo importante, criando coragem, e a outra desliga:
- Seu verdadeiro pai é...
- Sim, meu pai é muito verdadeiro. Click.
ou
- Naquele dia eu saí com...
- Eu também saí. Click.
Não é possível que estes enganos não aconteçam. Que eles desliguem nas caras uns dos outros e fique tudo por isso mesmo.
Era só isso.
Aquele abraço.
Click.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ney Oceano

Hoje o jogo foi Santos 0x4 Barcelona. Parecia uma brincadeira de adultos contra crianças jogando bola. Não foi apenas um gol bonito ou uma jogada de efeito. Foi um jogo histórico.
O time do Barcelona fez o que quis e o que não quis com nosso time brasileiro. Isso demonstra que as coisas mudaram neste universo atual. Foi como que se tivesse colocado a mão na cabeça da criança e a deixado dar socos no ar. 
Ninguém soube como parar este time.
Eles ganharam. Não foi o Santos que perdeu.
Não quero tirar o brilho da vitória, mas para mim, que, diga-se de passagem, torço para o São Paulo, o que ficou de mais bonito e comovente foi uma frase:
 “Aqui, hoje, nós aprendemos a jogar futebol.”
Um menino com este talento pra jogar bola, ganhando o que ganha, falar isso depois do jogo que perdeu, ali, no campo, ainda quente, mostra sua verdadeira genialidade.
Neymar nada. Mar Ney. Ney Oceano. Parabéns pela derrota tão brilhante.
Nós torcemos por você.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eu, tu, ele


Caso existissem universos paralelos. Vários caminhos que percorrêssemos com diferentes destinos. Quem me garantiria que estou no universo principal? Seria eu um eu errado? Não o eu que iria mesmo “valer”? Quem decidiria? Será que estou valendo? Onde mais é que eu iria parar?
Lá no fim da vida passando um filme onde aparecessem todas as opções, universo por universo, e algum eu desses, que eu seria, resolvendo o eu que se deu melhor, se comportou melhor, foi mais “verde”, ético... Seriam fins de vida diferentes.
Cada decisão diferente descortinando um novo universo paralelo e mil destinos se configurando. Como agora, por exemplo, em vez de continuar escrevendo, decidisse guiar até Ubatuba, no meio da noite, e descobrir o universo que me aguarda lá. Será que um desses meus eus foi agora? Fiquei eu escrevendo?
Se minha mãe não tivesse dado bola para o meu pai. Se você não estivesse aqui, agora. Estaríamos nós em qual deles? Juntos ou separados?
Seria algo como um múltiplo livre arbítrio simultâneo. Você se encontrando consigo mesmo se os universos se cruzassem. Comparando-se consigo mesmo, talvez.

Uma certa confusão na própria identidade, não é mesmo?

Mudei de idéia. Hoje não teve crônica.
Não está mais aqui quem falou.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

(If) Batman begins (to have problems)


De repente Bruce Wayne toca umas notas no piano de sua mansão e uma porta se abre. Ele desce uma escada e pega um elevador que o leva à batcaverna. Pára. Pára tudo. E se o elevador enguiçar? Como será que ele faz? Chama um técnico?
“-Alô, aqui é o Batman.
-E aqui é o Chapeuzinho vermelho, meu senhor.
-Meu elevador pifou.
-E a minha geladeira também. Sabia que passar trote é crime?”
E assim ficaria o homem morcego com seu elevador pifado, o batmóvel enguiçado e toda sua  parafernália eletrônica sem manutenção, a não ser que resolvesse revelar sua verdadeira identidade. O que acabaria o entregando para seus inimigos.
Imagino o batcomputador dando pau. Talvez o Alfred acabasse ficando na linha esperando o suporte da Dell atender para sanar o problema. A rebinboca da parafuseta do batmóvel... A revisão de 500 horas do batcóptero... A batlancha...
Apenas um empregado.
Verdadeiro herói, este Alfred.