“Garota ir ao cinema é uma coisa normal. Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau.”
Nem faz tanto tempo assim.
Nesta letra do Erasmo Carlos, é interessante, não o fato de ele não gostar que ela fosse ao cinema sozinha, mas sim o de ele ter que explicar para quem ouve a música que ela fazer isso é normal.
É didático. Ele informa.
Parece, antes de continuar com uma desculpa esfarrapada para sua insegurança, dar a informação que isto é natural. “Autorizar-se” a mulher a ir ao cinema sem ele. Esta “autorização” é uma praxe. Mas no meu caso, prefiro dificultar as coisas porque sou muito macho. Chego a ser mau, de tão macho que sou. E uma das maldades que pratico é criar caso quando minha namorada vai ao cinema, porque, na verdade, eu fico com medo que ela encontre outro e fuja com ele.
Na verdade, a ”fama de mau” é um disfarce. Devia ser um impostor, que, quando na intimidade, faria ceninhas de ciúme e ela tinha que aguentar. E ele não era apenas um adolescente. Já era bem crescidinho.
Mas... eu gosto dele... Todo mundo gosta... certo? Certo?
E eu fico discutindo com mais esta música, que toca na Globo News, na chamada do programa de comemoração de cinquenta anos de sua carreira.
E a chamada, como um disco riscado, não pára de passar.
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