O telefone era 80-3963. Depois passou para 852-3963.
Lá na Benedito Lapin, que minha mãe não cansava de dizer “-Lapin
(Lapã), que quer dizer Coelho, em francês.”
O telefone de disco, que tocava com o mesmo tom do meu
celular, hoje em dia. Com fio. Tinha fio, o telefone.
Aquela casa naquela rua deserta, larga. A gente conhecia os
vizinhos. Brincava na rua. Nossa, quanta árvore tinha. A padaria Bibi, daquele
portuga chato, que arredondava o troco sempre a seu favor.
O Soares, da venda da
esquina da Eduardo Souza Aranha com a Bandeira Paulista.
A gente ia no New Dog a pé. No Babi’o. Joaquin’s. As
lanchonetes de lá. Quem lembra do Jaber da Tabapuã?
Minha Brasilia bege, com KP 500 - da Pioneer, com falantes
gigantes nas laterais. Pneus radiais. Adesivo do Snoopy no vidro de trás.
Apareciam muitos amigos naquela porta, sem hora pra chegar. Nem
pra sair, também. Da janela do quarto eu avistava, levantando dois dedos da persiana. Era
alguém indo ou voltando de alguma balada, sei lá.
No domingo, um domingo como este, de hoje, ensolarado, todo
mundo sentado, falando besteira, pra ver ele passar.
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