quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Santo Américo - uma bela professora

Parecia mágica. A professora Nely, do Santo Américo, escrevendo.
Eu sabia que tudo estava correto, um perfeito português. Isso me fascinava. Acho que fez parte de meu amor pelas letras, pela boa escrita. Além de meus pais, escritores, ela me dava a base, a teoria, a espinha dorsal.
Eu a via escrevendo e sentia vontade de ter aquela fluência, leveza em escrever certo. Tudo correto.
Ela era engraçada. As notas das provas eram em décimos. As minhas, 3,28 ou 4,32. Coisas assim. Parecia, às vezes, que era professora de matemática, pela exatidão.
Ela era temida. Tinha um nariz enorme, como aqueles de bruxa, com verruga e tudo. Ela era séria e muito brava.
Mas eu quebrava esta sua sisudez e fazia aquela senhora baixinha e muito rígida dar risada. Ela não aguentava e ria muito comigo, a bruxa da escola.
Ela começou a gostar de mim. Depois que saí da escola a visitava sempre, na porta da sala dos professores. Chegou a me apresentar uma sobrinha, querendo nos casar.
Chegou, também, a me passar de ano, sem poder, quando meu pai faleceu.
Pra quem lembra e conheceu: professora Nely Arid. Ficam minhas saudades.
Um beijo, minha bela professora.


2 comentários:

  1. Valeu Arnaldo! Goleirão do time de futebol! A turma percebia esse "affair" de vocês dois! Ela era muito séria e era a "nossa" chefe de classe da oitava série... Ficam nossas lembranças que hoje são valiosas, mas que naquela época nós gostaríamos de pular o portão e fugir para um shopping center.. ou pra piscina da casa do Luiz Paes! abração!

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    1. Dá até vontade de chorar. Muito valiosas. Nós te amamos, Taiu!

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