sexta-feira, 18 de março de 2011

Meu pai Arnaldo - duas visões distintas.

Aeroporto de Frankfurt
Pelo que disse pode parecer que não sei nada dele.


Minha visão:

Ele vivia trabalhando. Viajando também. Desde criança ouvia falar no aeroporto de Frankfurt. Chegava muito presente, naquelas malas que ele abria na sala, voltando de viagem.
Era uma festa.
Ele chegava disfarçado, no avião, toda vez. Cada hora era uma coisa: beduíno com turbante e óculos escuros, cavanhaque com aquele narigão dele. Ele era engraçado. Ficávamos tentando resolver a charada. Quem será ele desta vez?

Chegava todo dia as sete em ponto do trabalho. Queria ver a família, dizia. Trazia gibis, com o carimbo “Cortesia do editor” que ganhava da editora Abril. Na porta, eu gritava pra ele saindo do carro: “-Pai, tem gibi?”
Foi ele que me contou, em primeira mão, que seria lançada uma revista exclusiva do Cebolinha, do Maurício de Souza.

Ao mesmo tempo era rígido. Nossa. Como era.

Um dia sentou-se à mesa e disse:

-Quem de vocês jogou um sabonete dentro do vaso sanitário?, muito bravo.

-Pedrinho, foi você?
-Não, pai.

-Joãozinho? Você?
-Não, pai, não fui eu não.

-Arnaldinho... foi você?
-Desculpe, não posso falar sobre isso agora. Estou na mesa.

Ele disfarçou a risada. Peguei ele, notou.

Desta vez eu tinha escapado.



Visão da Prefeitura de São Paulo:


BIOGRAFIA DO PATRONO PROF. ARNALDO MAGALHÃES GIÁCOMO


Patrono
Arnaldo Magalhães de Giácomo
nasceu em 26 de janeiro de 1928 em Ribeirão Preto, SP. Mudou-se para São Paulo onde se formou em Filosofia. Foi professor de Língua Portuguesa e História do Brasil e também contribuía com textos para jornais locais.

Ingressou na Editora Melhoramentos, que, por sua iniciativa, começou a editar livros para o público jovem. Iniciou sua carreira literária em 1952 com a publicação de Eulália neutra, e recebeu o prêmio Jabuti por sua obra Villa-Lobos: a alma sonora do Brasil, considerada a mais importante do escritor.
Faleceu em 20 de maio de 1977, em São Paulo. Postumamente foi consagrado membro da Academia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil, sendo representado por sua esposa, a escritora de literatura infantil e poeta, Maria Thereza Cunha de Giácomo.
Algumas Obras: Eulália neutra, Villa-Lobos: alma sonora do Brasil, Uma política integrada do livro (projeto).


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Arnaldo Giacomo

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