terça-feira, 15 de março de 2011

Minha mãe Therezinha

Foto: Beco Bresler

Stravinsky, Prokofiev, Bela Bartok, Bach, Mozart, Tchaikovsky, Beethoven.
Nietzsche, Proust, Camões, Euclides da Cunha, Hermann Melville, Galileu, Platão, Cyrano de Bergerac.
Negrinho do Pastoreio, Alice no país das maravilhas, A lenda da Iara.

Muito prazer, Therezinha.

Um metro e meio, voz fininha, mãos pequenas e trêmulas de tanto café com as vizinhas. Já falava e ia na Daslu, lá no bairro, Vila Nova Conceição.

Ia ao Misuki, casa japonesa lá perto, se cuidar. Massagem, banho de algas e tudo mais que meu pai pudesse ou não pudesse pagar. Tocava Chopin no piano e a casa se enchia de notas musicais.

Num Itamaraty prateado, distraída, buzinando pra buraco, seguindo guincho e cachorro. Uma vez a tia Rosa saiu do carro, mas ela continuou conversando. A Rosa no outro, vendo-a gesticular, não entendia nada.

Desenhista, pintora inclusive.
Projetou as casas de Maranduba, que a tia Sônia também construiu.

Escritora, poetisa.

Era uma “Therezinha Da Vinci”.

Depois do falecimento de meu pai só ouvia Jacques Brel, Ne me quitte pas.

Minha mãe. Esta era minha mãe.

Agora ela ainda é. Está aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário