Meus pais construíram a casa de Maranduba e a tia Sônia, irmã dele, fez a mesma planta, espelhada, com um grande jardim entre as duas. As varandas davam vista uma para a outra e não havia divisão. Era um pátio só.
Esta tia levava amigos em sua casa, que acabavam se misturando conosco e uns com os outros de lá e de cá, como de fato deveria ser.
Era moda War, aquele jogo. Eu era pequeno. Não entrava muito nos jogos por isso.
Minha madrinha, a Lurda, me deu um jogo desses, para me posicionar melhor neste ambiente, mais inserido.
Acontece que atravessei para o lado da tia Sônia com o jogo, feliz da vida, querendo brincar. Uma amiga dela (sem nomes, lógico) chegou e começou a fazer um lobby me fazendo de café com leite, para que justo eu, o dono do jogo, ficasse de fora.
Quando percebi a armação, fiquei muito irritado e joguei tudo pra cima e voltei, pisando na grama mesmo.
Meu pai, de sua poltrona, trabalhando na Mirador, uísque e música clássica tocando:
“-Arnaldinho! Não pise na grama!”
“-Piso sim!”, respondi chorando, e fui para o fundo da casa, lá no último quarto.
Meu pai, sabendo que eu não era disso, veio logo acudir. Algo estaria muito errado.
Pra resumir a história, em dois minutos, todas as pessoas, menos esta amiga, hospedadas nas duas casas estavam neste quarto, querendo saber de tudo.
Foi quando a tia Sônia roubou a cena.
Voltou pra sua casa, do outro lado do jardim, e deu um espetacular esculacho nela, dizendo que se fosse para fazer isso, poderia se retirar.
Yes! Tia Sônia é a heroína do dia. Vamos brincar.
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