terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Histórias do Benga - 2, Nass Lang

Tão puros.

Eu e o João, os dois pestinhas, (pra não dizer o apelido certo que um amigo nos deu) inventamos uma língua própria: Nass Lang (Nossa Língua - seu apelido para o dia-a-dia).

O nome oficial da língua é: Katimuiquilinhóquejólicamentecumiculinhóquejaulícataicacetilsalicílico.
Já se chamou Katimuiquilinhóquejólicamentecumiculinhoquejaulícataicú, mas, como o final obsceno não ficaria bem, mudamos para Katimuiquilinhóquejólicamentecumiculinhoquejaulícataico e, finalmente, para a versão atual.

Tinha um critério básico que era troca de vogais com abreviações e adaptações do inglês - pra simplificar a explicação.
Tun an craitur buzc kai ur truc daí vaigulsh can abravaaiçunsh und aiduptaiçunsh dai ainglhush. (Foneticamente, a frase acima soaria assim).

Era uma forma de nos comunicarmos em público sem ninguém entender nada. Principalmente nossa mãe, dona Therezinha (com Th e z, como ela dizia), que vivia à espreita. Falando-se rapidamente, ninguém entendia.

Ashtuc era uma senha até já conhecida pelos amigos: Take it easy – ashtuc at uz, abreviado. Era pra ficar quieto ou mudar de assunto.
Saig, plash – cigarro, please. (Ela “não sabia” que fumávamos.)
Saig upshturs – vamos fumar lá em cima - Cigarro Upstairs.

Viajando para o Rio, num Cometão, os dois falando Nass Lang sem parar. Falando da careca do senhor em frente, da barriga da mulher ao lado... Essas coisas.
Pelo fato de estarmos falando sem parar, fomos relaxando na pronúncia.
Quando vimos, confundimos a língua e estávamos a “falaire” mal dos outros, imitando o português arcaico, e sendo totalmente entendidos.

2 comentários:

  1. adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii issooooooo!!!!!

    de mais!!!!

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  2. Eu tenho uma língua com a minha mãe que é derivada da Nass Lang (que eu nunca consegui falar). É mais compreensível, mas - ainda assim - difícil de falar. Qualquer dia te mostro. :)

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