domingo, 30 de janeiro de 2011

Amor - versão da caixa do Pão

Foto: Beco Bresler

Ela tomou o maior Sustagem com a surpresa. Era ele chegando para as compras.
No turno da noite, apesar de não ser Bohemia, trabalhava, muito Activia.
Ele era uma agulha na batata palha. Omo ele não era. Yoki ele era solteiro, coisa rara. Mas, pra confiar, tem que ser em Becel - pensava ela.
Ele não era nenhum Garoto. Nem Zorba, um grego. Também não tinha muita granola.
Ela jovem e Sadia. Sonhava em passear na gôndola, ferver o sangue na aveia de emoção.
A Quinua, sentia-se lá, na frente dele. Era batata.
Não era Lindóia, mas se cuidava. Tinha, cá, fé, indissolúvel, trabalhando sem descanso, quase. Era uma vida de grão em grão.

Mas já estava farta do gerente, bom grão-de-bico sem vergonha que assediava. Pra dar o troco, nunca tinha as mesmas moedas. Mortadela mesma sentir vergonha, ficava congelada. Aquele frango sem pé nem cabeça ficava na panela dos gerentes, olhando de longe, cozinhando o galo. Ela, sem Papardelles na língua, não gostava. Achava que ele era um saco de lixo – dizia às colegas.

De outro lado, ele lá, Perdigão, não encontrava nada que procurava. Achava que, mais de um Tostão pelo Café Pelé, não dava. Ela, só registrando tudo, do caixa. Achava mesmo que ele era um pão. Pão, pão, queijo, queijo, na verdade. Tinha que fazer Quaker coisa.
“- Se ele abrir uma Coca...Cola? Cerveja, Soda gelada, lógico...”, pensava. Danone pingo d’água pra falar com ele.

Brilhante idéia: acendeu uma lâmpada na hora, para atrair seu amado, com a senha.
Ela era seu número.

“– Cliente Mais, do Pão de Açúcar, senhor?”, pergunta.
“- Mais, muito Mais. Você nem imagina.”

Eles dão um Sorriso...

Finn. Acabou-se a dieta.

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