segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Amor - versão do farmacêutico

 



Ele sentia certo complexo. Um complexo B.
Fazia academia, era maleato. Aspirina por uma gata de lá.
Derramava lacrima plus por um relacionamento que o piroxicam, outrora. Magnopirol.
Sua cabeça no mometazona. Batendo nitrendipino.
Naquela manhã, enalapril fundo e saiu de casa. Buscopan. Buscou leite também. Mas sentiu um arrepio naderm. Foi pra academia mais cedo. Ela estaria lá.
Ela era glicada, boricada, uma hemoglobina pura. Seu sangue fervia. Ela era seu centrum. Adrenalina total...
Ele sacou da mochila seu álcool gel e passou rapidamente. O pantoprazol estava se esgotando, ela estava de saída. O estômago até reclamou. Pensou numa intervenção cirúrgica, ela exatamente na sua frente. Iria oferecer uma água, destilada. Poderia animar um pouco. Ela, meio compressa, ia dando um balde de água fria.
Destilado da roleta, não a deixaria escorregar feito sabonete. Faria barba, cabelo e bigode. Seria sua primeira loção da vida. Usaria ela fio dental?
Escreveria numa prótese, caso a conquistasse.
Olhou para baixo, ortopédico. Estava a uma palmilha dela, que era um colírio.
Ela queria era fazer residência. Talvez um cálice de vinho ao dia...
Ele quase fez a consulta. Prescrever o futuro... Alguma receita... Em sua cabeça apareceu uma tarja preta. Ela vinha sem bula. Este era o problema.
Estavam na porta da rua e ele resolveu, então, mostrar suas rodas de magnésia. Não poderia se aproximar muito dela, pois estava com gaze. Aquele ar, comprimido, fazia pressão. Pensou rápido para não perder a coragem e convidou: maca hoje à noite?
Este seria o termômetro. Queria acabar com anador. Quando ela topou ele quase entrou em listerine. Paracetamol de alegria tem que ter um bom motivo. Era ela. Sua  metformina. Agora sua vida tinha remédio.

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